Maria Clara Caldas fala sobre relação com gastronomia após eliminação do Chef de Alto Nível, reality show culinário da Globo apresentado por Ana Maria Braga
A mineira Maria Clara Caldas, participante que disputava uma vaga na equipe de cozinheiros da internet no Chef de Alto Nível, novo reality show culinário da Globo apresentado por Ana Maria Braga, encarou a eliminação e viveu um momento emocionante com os chefs Alex Atala, Jefferson Rueda e Renata Vanzetto. Em entrevista à Contigo!, ela compartilha seus próximos passos após a saída do programa: “Sou muito aberta ao novo”, declara.
Começo na cozinha
Com a serenidade de quem encara cada desafio como um recomeço, Maria Clara Caldas vive agora um novo capítulo após deixar o Chef de Alto Nível, reality show culinário da Globo comandado por Ana Maria Braga. Representando o time da internet na disputa, a jovem de 23 anos, natural de Belo Horizonte, levou sua identidade mineira e receitas afetivas para a televisão aberta e emocionou ao se despedir dos jurados.
A participação na competição foi o reconhecimento de um caminho que Maria Clara começou a construir em 2020, durante a pandemia, quando decidiu transformar um hobby em profissão. O marco veio em 2024, com a criação do Have a Pasta, workshop de massas caseiras realizado durante férias no Brasil. “Abri apenas duas turmas e, para minha surpresa, foi um sucesso absoluto. A demanda foi tão grande que me pediram mais e mais datas, e eu não tinha porque precisava retornar para Lisboa”, conta. “Foi ali que tive um estalo: percebi que todas as vezes em que me joguei na gastronomia, ela me devolveu muito mais do que eu esperava.”
Determinada, ela deixou para trás uma possível carreira na consultoria de gestão e investiu na cozinha. “Decidi experimentar, me redescobrir na cozinha”, afirma. “Larguei o caminho da consultoria para seguir o que eu realmente amo fazer — porque é inevitável pra mim.”
Da Europa ao Norte do Brasil
Antes de conquistar o público na televisão, Maria Clara já colecionava experiências internacionais marcantes. Ela estudou na Le Cordon Bleu, em Paris, e passou por um estágio na Kaizen, considerada a maior empresa de private chef de Lisboa. “Na Le Cordon Bleu tive contato com técnica, precisão e uma nova forma de pensar o sabor. Tudo lá é milimetricamente pensado. Já morar em Portugal me ensinou a respeitar os ingredientes e valorizar a simplicidade”, reflete.
A junção de aprendizados europeus, somada à sensibilidade afetiva e curiosidade pelo novo, moldou um estilo que ela mesma define como criativo e emocional, mas com sólida base técnica. “Nos últimos anos, estive muito mais tempo na Europa do que no Brasil. E justamente por isso, hoje meu foco é explorar cada vez mais a gastronomia do meu próprio país, tem tanto que eu ainda não conheço”, comenta. “Acabei de voltar ao Brasil e estou na Amazônia, me encantando com a culinária do Norte. É riquíssima, cheia de identidade, sabores únicos… Todo brasileiro deveria ter a chance de viver isso aqui.”
Eliminada, mas em movimento
Apesar de não ter chegado às próximas fases do Chef de Alto Nível, Maria Clara saiu do programa mais convicta de seu propósito. “O mais bonito do programa é justamente essa mistura de pessoas tão diferentes, com histórias e estilos únicos. E eu acredito que o meu maior diferencial seja essa combinação de coragem com curiosidade”, avalia. “Venho de um background fora da cozinha profissional, mas mergulhei de cabeça na gastronomia com muita entrega e vontade de crescer.”
E para ela, cozinhar vai além da técnica: é sobre criar memória, afeto e conexão. “Cozinhar com amor é o que transforma uma receita em memória”, afirma. “A receita que melhor representa isso é a massa caseira. Ela exige tempo, paciência, mãos na massa de verdade. Foi com ela, inclusive, que dei meu primeiro workshop e tive aquele estalo de que a gastronomia podia ser meu caminho.”
Nas redes sociais, Maria Clara já reúne mais de 40 mil seguidores, com quem compartilha receitas,
bastidores da rotina e descobertas gastronômicas. Agora, com a visibilidade do programa, ela pretende expandir esse diálogo e investir ainda mais na criação de conteúdo autoral. “Cozinho com emoção, mas com pensamento estratégico também — acho que essa mistura é o que mais me representa”, finaliza.