Nesta sexta-feira, 17, o grupo palestino Hamas entregou à Cruz Vermelha o corpo de um refém israelense falecido. A operação de repasse ocorreu no sul da Faixa de Gaza e foi confirmada tanto pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) quanto pela Agência de Segurança de Israel (ISA). O corpo foi entregue em um caixão, em local previamente acordado entre as partes envolvidas.
Embora a identidade da vítima ainda não tenha sido oficialmente divulgada, autoridades israelenses já iniciaram o processo de identificação, que inclui exames forenses e confirmação por familiares. O retorno do corpo faz parte de um esforço humanitário mais amplo, inserido nas negociações que visam reduzir as tensões e buscar um possível caminho para a estabilização da região.
Desde o início das hostilidades entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, dezenas de civis foram capturados, mortos ou permanecem desaparecidos. O caso dos reféns ganhou enorme repercussão internacional, levando a uma pressão crescente de entidades humanitárias e governos estrangeiros pela libertação dos sequestrados e a devolução de corpos de vítimas.
Até o momento, Israel já recebeu do Hamas os corpos de nove reféns que morreram sob custódia do grupo, além de outros 20 reféns que foram libertados com vida. A devolução desses prisioneiros e cadáveres está prevista no acordo de cessar-fogo temporário firmado entre as partes no último dia 13 de outubro.
Esse pacto também resultou na liberação de aproximadamente 2 mil prisioneiros palestinos por parte do governo israelense, como sinal de reciprocidade. A troca de prisioneiros é considerada um dos principais pilares da trégua, além da suspensão temporária dos ataques militares e da permissão para ajuda humanitária entrar em Gaza.
O cessar-fogo entrou em vigor oficialmente em 10 de outubro, após intensas negociações mediadas por países como Egito, Catar, Turquia e Estados Unidos. Esses governos atuaram como intermediários diretos entre Israel e o Hamas, diante da recusa das duas partes em negociar frente a frente.
Apesar das entregas já realizadas, autoridades israelenses demonstram preocupação crescente com a possibilidade de o Hamas não conseguir localizar todos os corpos de reféns mortos. A destruição causada por bombardeios, os combates em áreas densamente povoadas e o colapso da infraestrutura local dificultam a busca por desaparecidos.
Em pronunciamento recente, as Brigadas al-Qassam — o braço militar do Hamas — alegaram que os corpos que ainda não foram entregues estão em áreas inacessíveis ou sob escombros. Segundo o grupo, a recuperação desses restos mortais exige “equipamentos especializados e operações de resgate de alta complexidade”, o que não seria viável no momento, dadas as circunstâncias da guerra.
Ainda assim, Israel responsabiliza o Hamas pelo paradeiro e pela condição de todos os reféns e exige que o grupo cumpra integralmente o acordo de troca, incluindo a devolução de todos os corpos. As autoridades israelenses também reforçam que o retorno dos restos mortais às famílias é uma questão de respeito, dignidade e direito humanitário básico.
Grupos internacionais de direitos humanos e organizações como a Cruz Vermelha continuam a acompanhar de perto a situação. Eles alertam para a urgência de soluções que priorizem vidas civis, o cumprimento das convenções internacionais e o fim das ações que resultem em sofrimento humano desnecessário.
A entrega do corpo nesta sexta-feira representa mais um passo — ainda que pequeno — em direção à resolução de um conflito extremamente complexo, marcado por décadas de tensões políticas, religiosas e territoriais. No entanto, a permanência de reféns e a instabilidade na região continuam a ameaçar a frágil trégua estabelecida.
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