Uma novela global recente teve polêmica nos bastidores, trama criticada e foi gravada em meio a pandemia de Covid-19; saiba tudo
Nos Tempos do Imperador estreou há 4 anos e foi uma continuação de Novo Mundo, trama de 2017. A novela sofreu com inúmeras acusações, enfrentou a pandemia de Covid-19 e teve polêmicas racistas nos bastidores. Outro ponto bastante criticado foi a trama controversa e com momentos que não foram muito acertados.
Nilson Xavier, do Teledramaturgia, relembra que a trama foi paralisada em 2020 por conta da pandemia. A obra só estreou em 2021 e com baixas no elenco: devido à idade, Luís Melo e Vera Holtz foram substituídos por Ernani Moraes e Paula Cohen como Batista e Lota Pindaíba. A novela começou a ser escrita em 2018 e os autores foram ajustando o texto ao longo do tempo. Já a novela em si foi uma obra fechada, ou seja, foi entregue com todos os capítulos escritos e não sofreu alterações enquanto estava no ar.
Polêmicas raciais
Já no capítulo 12, Xavier pontua que Pilar (Gabriela Medvedovski) foi impedida de se hospedar na Pequena África – local de acolhimento aos negros – e tinha chances de ficar em outro lugar por ser branca. O seu namorado negro, o personagem Samuel (Michel Gomes), sugeriu um ‘racismo reverso’ – uma lógica descabida e sem nexo. A autora Thereza Falcão se desculpou, na época, e justificou que o texto foi escrito em 2018, quando os roteiristas não tinham uma assessoria especializada.
Nilson relembra que as atrizes Cinara Leal, Dani Ornellas e Roberta Rodrigues procuraram a direção da Globo e reclamaram de posturas discriminatórias contra atores negros pelo diretor artístico Vinícius Coimbra. Elas afirmaram que ele tinha falas preconceituosas e que segregou o elenco. Em 2022, ele foi afastado das atividades para a emissora estudar o caso. Em março, o diretor foi demitido. Ao Notícias da TV, ele afirmou: “Fui comunicado do meu desligamento da Globo por assédio moral”. A emissora, no entanto, enviou um comunicado à imprensa dizendo que não tolera preconceito racial. Roberta falou recentemente sobre o processo contra a Globo para o portal Leo Dias e encorajou outras vítimas a seguirem seu caminho.
História?
Outra crítica da obra foi a liberdade que o roteiro aderiu ao trazer fatos, suavizando a representação de Dom Pedro II, como relembra Nilson Xavier. O jornalista pontua que as abordagens históricas e o período que era retratado funcionavam como um ‘campo minado’. Ao TV História, ele pontuou: “O público moderno não tolera mais tramas de cunho abolicionista em que brancos são pintados como salvadores ou redentores.”
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