A novela de Manoel Carlos, ‘Mulheres Apaixonadas’, influenciou na aprovação de três Leis; saiba como!
A novela Mulheres Apaixonadas, que voltou a ser reprisada na TV Globo, teve uma importância muito grande também para a aprovação de leis do Brasil. Isso porque ela incentivou discussões sobre assuntos sociais que levaram à algumas decisões no país. Saiba quais:
Estatuto do idoso
Na trama de Manoel Carlos, a forma que Dóris (Regiane Alves) maltratava os avós Leopoldo (Oswaldo Louzada) e Flora (Carmem Silva) foi bastante debatida. Inclusive, as cenas chocantes também ajudaram diversas pessoas a fazerem denúncias sobre agressões contra idosos. A própria novela divulgava um telefone para que essas denúncias fossem feitas.
Em setembro de 2003, um mês após o fim da novela, o projeto de lei que garante os direitos dos idosos foi aprovado. Inclusive, a intérprete de Dóris foi convidada pelo então senador José Sarney para participar do lançamento do selo Cidade Amiga da Terceira Idade.
Violência doméstica
Outra causa que foi bastante influenciada pela novela foi a Lei Maria da Penha. Em Mulheres Apaixonadas, a personagem Raquel, vivida por Helena Ranaldi, sofria agressão do marido Marcos, interpretado por Dan Stulbach.
O folhetim trouxe o importante debate de se criar uma lei que garantisse a proteção das mulheres que são vítimas, além da condenação dos agressores. Segundo o site da Rede Globo, após a denúncia feita por Raquel, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) registrou, só no Rio de Janeiro, um aumento de mais de 40% nos registros de casos de violência doméstica. A lei foi aprovada três anos após o fim da novela.
Estatuto do desarmamento
Uma das cenas mais chocantes e importantes da novela é o momento da morte de Fernanda, vivida por Vanessa Gerbelli. Na trama, a personagem morre após ser atingida por uma bala perdida durante um engarrafamento no Rio de Janeiro.
Mulheres Apaixonadas chegou até trazer um pouco da vida real. Isso porque a passeata Brasil Sem Armas, promovida pelo Movimento Viva Rio, reuniu cerca de 40 mil pessoas em Copacabana e alguns atores, caracterizados de seus personagens, também fizeram parte da passeata que virou parte da novela.
Isso ajudou na pressão para a aprovação do Estatuto do Desarmamento. A lei foi aprovada em dezembro de 2003, logo após o fim de Mulheres Apaixonadas.