A crise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) atingiu um novo ápice nesta quinta-feira (15), com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) de afastar toda a diretoria da entidade, incluindo o presidente Ednaldo Rodrigues. A medida foi tomada após a divulgação de um laudo pericial que identificou possíveis fraudes em um documento essencial para a manutenção de Ednaldo no cargo.
A perícia, revelada com exclusividade pelo portal Leo Dias, aponta para a falsificação da assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, no acordo que foi validado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o afastamento, o vice-presidente Fernando Sarney assume interinamente a presidência e terá a missão de conduzir o processo para novas eleições.
O escândalo ganhou ainda mais gravidade com a revelação de que Coronel Nunes, antes de assinar o referido documento em 2024, havia declarado à Justiça que não tinha capacidade de gerir seus próprios assuntos devido a problemas de saúde. Em 2023, ele foi diagnosticado com ataxia e déficit cognitivo grave, segundo o neurologista Jorge Roberto Pagura.
Familiares confirmaram que Nunes depende integralmente da esposa e de uma filha para tarefas básicas do cotidiano. Apesar disso, documentos indicam que empresas ligadas ao ex-dirigente receberam mais de R$ 3,5 milhões da CBF entre 2022 e 2024, com repasses mensais de aproximadamente R$ 100 mil.
A denúncia da assinatura falsificada caiu como uma bomba nos bastidores da CBF e também no STF. Fontes ligadas à Corte relatam um crescente incômodo entre ministros com o descumprimento de acordos e a sucessão de polêmicas envolvendo a gestão de Ednaldo Rodrigues. A repercussão do escândalo nas redes sociais e a comprovação técnica da falsificação reforçaram a pressão por mudanças imediatas na entidade máxima do futebol brasileiro.