Após ser acusado de envenenar a esposa, médico vira suspeito também pela morte da irmã
As investigações em torno da morte da professora de pilates Larissa Rodrigues, de 37 anos, em Ribeirão Preto (SP), deram um novo passo com a decisão da Justiça de autorizar a exumação do corpo de Nathalia Garnica, irmã do principal suspeito do crime. O procedimento, solicitado pela Polícia Civil, está marcado para ocorrer no dia 23 de maio, às 10h, no Cemitério de Pontal (SP), e será conduzido pelo Instituto Médico Legal (IML). O objetivo é realizar exames toxicológicos que possam indicar se Nathalia também foi envenenada, como Larissa.
Larissa foi encontrada morta em 22 de março no apartamento onde vivia com o marido, o médico Luiz Antonio Garnica. O laudo toxicológico revelou que ela foi envenenada com uma substância conhecida popularmente como “chumbinho”. O exame não encontrou sinais visíveis de agressão, mas apontou lesões internas no pulmão e no coração. Curiosamente, essas mesmas lesões foram observadas na autópsia de Nathalia, que faleceu em fevereiro aos 42 anos, após um infarto súbito, embora não tivesse histórico conhecido de problemas cardíacos.
A exumação de Nathalia surge diante da semelhança entre os casos e da proximidade temporal entre as duas mortes. Os investigadores trabalham com a hipótese de que ela possa ter sido vítima da mesma substância letal. O fato de ambas estarem enterradas no mesmo túmulo amplia o simbolismo e a complexidade do caso. A morte de Larissa é tratada como homicídio qualificado, e essa nova etapa das apurações poderá reforçar ou alterar a linha investigativa da polícia.
Até o momento, a Justiça já decretou a prisão temporária de Luiz Antonio Garnica e de sua mãe, Elizabete Arrabaça. As suspeitas recaem sobre um possível crime motivado por questões conjugais, uma vez que Larissa teria descoberto uma traição e estava prestes a se divorciar. Além disso, há indícios de que Elizabete foi a última pessoa a visitar Larissa antes de sua morte, o que levantou suspeitas sobre seu envolvimento direto no caso.
Apesar das acusações, tanto o médico quanto sua mãe negam qualquer participação nas mortes. A defesa entrou com um pedido de habeas corpus, que foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Uma decisão final sobre a liberdade dos investigados ainda está pendente. Com a exumação marcada, as autoridades esperam esclarecer se há um padrão nos dois óbitos e, assim, avançar no desvendamento deste caso que vem chocando a opinião pública.
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