Na correria e ansiedade, pai que “esqueceu” esposa grávida ao ir para o hospital, fala sobre a morte de uma gêmea
O nervosismo de um pai ao saber que sua esposa está em trabalho de parto é uma cena comum e frequentemente retratada de forma cômica. No entanto, Rivas Santana Carneiro, um homem de 28 anos natural da Bahia, protagonizou um episódio que foi além do esperado. Em um momento de aflição, ele se apressou para preparar o carro com as bolsas e a cadeirinha das gêmeas que sua esposa, Joyceane Santos Matos estava esperando. Porém, na pressa, ele cometeu um erro: esqueceu a esposa grávida na porta de casa. A situação, registrada por Rivas em seu Instagram, rapidamente ganhou atenção nas redes sociais e divertiu muitos internautas.
Em um curto intervalo de tempo, Rivas percebeu o erro e voltou para buscar Joyceane. Ela estava grávida de gêmeas e, ao perceber um pequeno sangramento e escape de líquido, o casal acreditou que a bolsa tinha estourado. Eles seguiram para o hospital o mais rápido possível. Naquela ocasião, Joyceane estava com 39 semanas de gestação, o que exigia cuidados redobrados devido à gravidez gemelar, considerada de risco. Rivas lembra que, enquanto ele estava em pânico, Joyceane estava mais calma, o que ajudou a equilibrar a situação. “Nosso plano era chegar ao hospital o quanto antes para saber o que estava acontecendo”, diz ele para revista Crescer.
TRAGÉDIA
No hospital, a equipe médica constatou que a bolsa de Joyceane não havia se rompido, e o sangramento poderia ter sido causado pelas contrações. Ela estava esperando duas meninas: Maria Júlia e Maria Luiza. Durante o pré-natal, os médicos já haviam observado que Maria Luiza estava se desenvolvendo de forma mais lenta que sua irmã, o que gerou um acompanhamento especial. No entanto, durante o parto, uma complicação levou Maria Luiza à anoxia intrauterina, a falta de oxigênio, e a bebê não resistiu.
APÓS O LUTO
Esse momento de dor ocorreu no dia 13 de janeiro deste ano, mas Rivas só compartilhou a experiência com o público mais de um mês depois. “Nós decidimos que, naquele momento, não seria bom divulgar, pois não iria amenizar o nosso luto. Preferimos focar em cuidar da Maria Júlia, que estava bem”, explica o pai. A menina precisou passar seis dias na UTI Neonatal, o que trouxe um alívio temporário para o casal, permitindo que eles se concentrassem em sua recuperação e bem-estar.
Apesar da tragédia, Rivas reflete sobre a situação com um olhar de resignação. “Tocar nesse assunto é difícil, mas acredito que nada acontece por acaso. Tudo tem um propósito e nós nos apegamos a essa ideia”, afirma.
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